Começa a tornar-se insuportável estar ao pé de ti, sabes? Ou há-de ser porque reclamas por tudo e por nada e deixas a minha cabeça quase a rebentar, ou então porque não dizes nada e deixas este silencio incomodativo entre nós. Quando é que vais perceber que estás a estragar a pouca cumplicidade que temos? Pensas que ao fazer isto me estás a castigar de alguma forma, mas na verdade só nos estás a afastar cada vez mais. Sinto que já não te conheço... Como é que passaste de minha melhor amiga a uma pessoa fria e egoísta da qual eu já evito estar perto? Queres tentar convencer-me de que fui eu que mudei, mas estás enganada... Cresci, é verdade. aprendi a vestir-me e a pentear-me sozinha, conheci novas pessoas às quais hoje posso chamar amigos, descobri o que é o amor, mas tambem tive as minhas primeiras desilusoes. Aprendi a apanhar os transportes sozinha e a ser praticamente independente. Mas no fundo continuo a ser eu. Continuo a ser a menina que tu viste crescer, só que agora num corpo de mulher. Continuo a precisar do teu carinho e da tua compreensão, continuo a precisar do teu abraço e que me digas que está tudo bem. Mas em vez disso demonstras que não te importas ou até mesmo arranjas alguma forma de me criticar. Quero que me deixes crescer e descobrir o mundo sozinha, é verdade, mas ao mesmo tempo preciso de sentir que estás lá e que me vais ajudar a levantar cada vez que eu cair... Será pedir muito? No fundo acho que não te peço mais que a tua obrigação...

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